Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
DIA 14
2º sofrimento — Pena do dano
A pena mais terrível do Purgatório é certamente a pena do dano, isto é, a separação forçada de Deus ou uma força irresistível que a cada instante afasta bruscamente de Deus a alma que a todo momento; por instinto de sua natureza, corre a se unir com ele.
Pode-se fazer uma ideia dela pelo suplício de uma mãe que, chamada pelo filho prestes a ser devorado por uma fera, fosse retida por uma força invencível no momento em que se precipitasse em seu socorro, e isso não uma só vez, porém dez, cem vezes.
Há neste suplício, dizem os santos, uma angústia mais sensível, de certo modo, que a do inferno. Os míseros condenados não amam a Deus, seu desejo insaciável e sempre renascente é ver a Deus aniquilado.
Mas as santas Almas do Purgatório amam ao Senhor, amam-No tanto quanto O conhecem, e porque O viram, compreenderam o amor que lhes tem, sentem quanto há sido bom para com elas, sabem quanto serão felizes perto Dele e em sua união… e, todavia, estão detidas longe Dele! nada podem, nada, para se lhe aproximarem! É uma sede sem fim, a qual nada é capaz de imitar. É uma fome sem limites, que não há nada que possa fartar: É um peso enorme que abafa, e do qual não é possível desembaraçar-se.
Santa Teresa experimentou alguma coisa destas angustias misteriosas:
«Em vão, diz ela, tentaria eu explicar sua natureza. A alma, por vezes, sente um desejo irresistível de Deus que parece transportá-la a um deserto onde ela nada mais vê para poder descansar. Nenhuma consolação, nem do Céu, onde ainda não está, nem da terra a que já não pertence.»
«Ó Jesus, exclama a santa, quem poderia fazer uma pintura fiel desse estado? É um martírio que a natureza custa a suportar; os ossos se separam e ficam como deslocados, as mãos tomam tal rigidez que se não podem juntar, e, até o seguinte dia, sente-se uma dor tão violenta, como se todo o corpo estivesse desconjuntado; um só desejo nos consome: morrer! morrer! ir a Deus! — Esse estado, conclui a santa, é o das Almas do Purgatório.»
Oh! vós que amastes tanto na terra e que tanto sofrestes com a morte daqueles que amáveis, vós a quem a separação ainda tortura, escutai, escutai o grito dessas almas que chamam a Deus e que nos dizem : Vós no-lo podeis dar, oh dai-nos nosso Deus! fazei-nos dignos Dele!
Orações
PARA CADA DIA DO MÊS
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Trecho extraído do livro – Mês das Almas do Purgatório – Mons José Basílio Pereira – 10a. Edição – 1943 – Editora Mensageiro da Fé Ltda. – Salvador – Bahia
PARA CADA DIA DO MÊS
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Trecho extraído do livro – Mês das Almas do Purgatório – Mons José Basílio Pereira – 10a. Edição – 1943 – Editora Mensageiro da Fé Ltda. – Salvador – Bahia
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