Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)
DIA 5
Relações com os mortos
Relações com os mortos
Ocupemo-nos ainda hoje das relações íntimas que há entre nossa alma e as almas dos nossos mortos. «Nada mais triste, escreve Ozanam, nada mais desolador do que o vácuo aberto pela morte ao redor de nós. Eu conheci esse tormento depois da morte de minha mãe, porém durou pouco. Não tardaram a vir outros momentos em que entrei a compreender que não estava só, em que alguma coisa de suavidade infinita se passou dentro de mim: era como uma confiança de que não me haviam abandonado, era como uma vizinhança benfazeja, embora invisível; era como se uma alma estremecida, de passagem, me acariciasse com a ponte de suas asas.
E, assim como outrora eu reconhecia os passos, a voz, a respiração de minha mãe; assim quando um bafejo aquecia ou reanimava minhas forças, — quando uma ideia nobre preponderava era meu espírito — quando um impulso generoso abalava minha vontade, logo me vinha o pensamento de que partia dela.
Já se passaram dois anos, correu o tempo que dissipa todas as ilusões da imaginação perturbada, e experimento sempre a mesma coisa.
Quando pratico o bem, quando faço qualquer coisa pelos pobres, a quem minha mãe acudia tanto, quando estou em paz com Deus que ela servia bem, afigura-se-me que ela me sorri de longe.
Quando pratico o bem, quando faço qualquer coisa pelos pobres, a quem minha mãe acudia tanto, quando estou em paz com Deus que ela servia bem, afigura-se-me que ela me sorri de longe.
Às vezes, ao rezar, julgo ouvir sua oração acompanhando a minha, como fazíamos juntos, à noite, aos pés do crucifixo. Finalmente, quando tenho a felicidade de comungar, quando o Salvador vem me visitar, parece-me que ela o segue a meu mísero coração, como tantas vezes seguia, levado em Viático, às casas dos indigentes».
Todo o coração amante e piedoso há de experimentar mais ou menos o que experimentava Ozanam, mas isto só acontece ao que tiver sido realmente piedoso, ao que amar sinceramente a Deus, ao que houver sido bom e dedicado enquanto viveram aqueles a quem chora!
Só esse poderá dizer o que S. Jerônimo diz de Santa Paula: Nós a possuímos ainda conosco… Aquele que volta ao Senhor continua a fazer parte da família.
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Trecho extraído do livro – Mês das Almas do Purgatório – Mons José Basílio Pereira – 10a. Edição – 1943 – Editora Mensageiro da Fé Ltda. – Salvador – Bahia
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