terça-feira, 30 de maio de 2023

NOVENA EUCARÍSTICA PARA CORPUS CHRISTI

Hoje, 30 de Maio de 2023, iniciamos a novena Eucarística para grande solenidade de Corpus Christi. Vamos nos preparar com mais amor e piedade para receber Jesus na Eucaristia, vivificador das almas e nessa intenção de reparação 🌻💒

Adoremos a Jesus Sacramentado com mais assiduidade nesses 9 dias! 


 

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

PREPARAÇÃO PARA FESTIVIDADES E SOLENIDADES DO MÊS DE OUTUBRO.

 Olá, meus queridos! Salve Maria! Paz e bem! 🌷 A seguir estarei postando as datas de início de preparação das novenas para as festividades do mês de Outubro, um mês muito rico de solenidades, de festas Marianas e o mês do Santo Rosário, que depois da Santa Missa é a oração mais perfeita. Meus irmãos, vamos ficar atentos para não perdermos nada e assim nos esforçarmos para rezar, ao menos, alguma novena destas datadas abaixo: 


⚜ Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças - Novena: 22 à 30 de Setembro 


⚜ Santa Terezinha do Menino Jesus - Novena: 22 à 30 de Setembro


⚜ Santos Anjos da Guarda - Novena: 23 de Set à 1° de Outubro


⚜ Nossa Senhora do Rosário - Novena: 28 de Set à 6 de Outubro


⚜ Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil - Novena: 3 à 11 de Outubro


⚜ Santa Teresa D'Ávila - Novena: 6 à 14 de

Outubro



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quinta-feira, 1 de abril de 2021

HORA SANTA DO MÊS DE ABRIL – QUINTA-FEIRA SANTA


ORAÇÃO DE PADRE PIO PARA MEDITAÇÃO DA PAIXÃO

(Uma sugestão nossa para Hora Santa desta Quinta-Feira da Paixão)

℣. Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus.


℟. Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.


Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que O ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado.


O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-No suar sangue!


Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da Vossa graça, ó meu Deus.


Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do Coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que O conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-Lo no seu extremo abandono.


Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!


Maria, Mãe das Dores, permiti que eu siga Jesus e participe intimamente da Sua Paixão e do Seu sofrimento!


Meu Anjo da guarda velai para que as minhas faculdades se concentrem todas na agonia de Jesus e nunca mais se desprendam. Amém.








MEDITAÇÃO DA AGONIA

PARTE I


(Primeira Metade da Hora)


No termo da Sua vida terrestre, depois de nos ter inteiramente entregue no Sacramento do Seu amor, o Senhor dirige-se ao Jardim das Oliveiras, conhecido dos discípulos, mas de Judas também.


Pelo caminho ensina-os e prepara-os para a Sua Paixão iminente. Convida-os, por Seu amor, a sofrer calúnias, perseguições até à morte, para os transfigurar à semelhança d’Ele, modelo divino.


No momento de começar a Sua dolorosa Paixão, não é n’Ele que pensa; mas pensa em ti.


Que abismos de amor não contém o Seu Coração!


A Sua Santa Face é toda tristeza, toda ternura.


As Suas palavras jorram da profundidade mais íntima do Seu coração, e são todas palpitação de amor.


— Ó Jesus, o meu coração perturba-se quando penso no amor que Vos obriga a correr ao encontro da Vossa Paixão.


Ensinastes-nos que não há amor maior que dar a vida por aqueles a quem se ama.


Eis que estais prestes a selar estas palavras com o Vosso exemplo.


No Jardim da Oliveiras, o Mestre afasta-se dos discípulos e só leva três testemunhas da Sua Agonia: Pedro, Tiago e João.


Eles, que O viram transfigurado sobre o Tabor, terão força para reconhecer o Homem-Deus neste ser, esmagado pela angústia da morte?


Ao entrar no Jardim disse-lhes:


“Ficai aqui! Velai e rezai para não cairdes em tentação. Acautelai-vos, porque o inimigo não dorme. Armai-vos antecipadamente com as armas da oração para não serdes surpreendidos e arrastados para o pecado. É a hora das trevas”.


Tendo-os exortado, afastou-se à distância de uma pedrada e prostrou-Se com a face em terra.


A Sua alma está mergulhada num mar de amargura e extrema aflição.


É tarde. Na lividez da noite agitam-se sombras sinistras. A Lua parece injetada de sangue.


O vento agita as árvores e penetra até aos ossos. Toda a natureza como que estremece de secreto pavor!


Ó noite, como nunca houve outra semelhante. Eis o lugar onde Jesus vem orar.


Ele despoja a Sua Santa Humanidade da força à qual tem direito pela Sua união com a Divina Pessoa, e mergulha-a num abismo de tristeza, de angústia, de abjeção.


Seu espírito parece submergir-se.


Via antecipadamente toda a Sua Paixão. Vê Judas, Seu apóstolo tão amado, que O vende por alguns dinheiros. Ei-lo a caminho do Getsêmani, para O trair e entregar! Todavia, ainda há pouco não o alimentou com a Sua Carne, não lhe deu a beber o Seu Sangue? Prostrado diante dele, lavou-lhe os pés, apertou-os contra o Coração, beijou-os com os Seus lábios. Que não fez Ele para o reter à beira do sacrilégio, ou pelo menos para o levar a arrepender-se! Não! Ei-lo que corre para a perdição.


Jesus chora.


Minuto para meditação… (pausa)


Jesus se vê arrastado pelas ruas de Jerusalém onde ainda há alguns dias O aclamavam como Messias. Vê-se esbofeteado diante do sumo-sacerdote. Ouve os gritos: À morte! Ele, o autor da vida, é arrastado como um farrapo de um para outro tribunal. O povo, o Seu povo tão amado, tão cumulado de bênçãos, vocifera contra Ele, insulta-O, reclama aos gritos a Sua morte, e que morte, a morte sobre a cruz. Ouve as suas falsas acusações.


Jesus se vê flagelado, coroado de espinhos, escarnecido, apupado como falso rei. Vê-se condenado à cruz, subindo ao Calvário, sucumbindo ao peso do madeiro, trêmulo, exausto. Ei-Lo chegado ao Calvário, despojado das roupas, estendido sobre a cruz, impiedosamente trespassado pelos pregos, ofegante entre indizíveis torturas.


Meu Deus! Que longa agonia de três horas, até sucumbir no meio dos apupos da gentalha, ébria de cólera!


Ei-Lo com a garganta e as entranhas, devoradas por sede ardente. Para estancar essa sede, dão-Lhe vinagre e fel.


Vê o Pai que O abandona, e a Mãe, aniquilada pela dor.


Para acabar, a morte ignominiosa no meio de dois ladrões.


Um reconhece-O, e pôde salvar-se; o outro blasfema e morre réprobo.


Vê Longuinhos, que se aproxima para Lhe trespassar o Coração. Ei-la, consumada, a extrema humilhação do corpo e da alma, que separam.


Tudo isto, cena após cena, passa diante dos Seus olhos, apavora-O, acabrunha-O.


Desde o primeiro instante tudo avaliou, tudo aceitou.


Porque, pois, este terror extremo? É que expôs a Sua Santa Humanidade como escudo, captando os ataques da Justiça, ultrajada pelo pecado.


Sente vivamente no espírito, mergulhado na maior solidão, tudo o que vai sofrer.


Para tal pecado, tal pena. Está aniquilado, porque Se entregou, Ele próprio, ao pavor, à fraqueza, à angústia.


Parece ter chegado ao auge da dor.


O Senhor está prostrado, com a face em terra, diante da Majestade do Pai. Jaz no pó, irreconhecível, a Santa Face do Homem-Deus, que goza da visão beatífica. Meu Jesus! Não sois Deus? Não sois o Senhor do Céu e da Terra, igual ao Pai? Para que haveis de abaixar-Vos até perder todo o aspecto humano?


Ah, sim… Compreendo! Quereis ensinar-me, a mim, orgulhoso, que para entender o Céu devo abismar-me até ao fundo da Terra. É para expiar a minha arrogância que Vos deixais afundar no mar da agonia. É para reconciliar o Céu com a Terra que Vos abaixais até à terra como se quisésseis dar-lhe o beijo da paz…


Minuto para meditação…(pausa)


Jesus ergue-se, volve para o céu um olhar suplicante, ergue os braços, reza. Cobre-Lhe o rosto mortal palidez! Implora o Pai que Se desviou d’Ele. Reza com confiança filial, mas sabe bem qual o lugar que Lhe foi marcado. Sabe-se vítima a favor de toda a raça humana, exposta à cólera de Deus ultrajado. Sabe que só Ele pode satisfazer a Justiça infinita e conciliar o Criador com a criatura. Quer, reclama que seja assim. A Sua natureza, porém, está literalmente esmagada. Insurge-Se contra tal sacrifício. Todavia, o Seu espírito está pronto à imolação e o duro combate continua. Jesus, como podemos pedir-Vos para sermos fortes, quando Vos vemos tão fraco e acabrunhado?


Sim, compreendo! Tomastes sobre Vós a nossa fraqueza. Para nos dardes a Vossa força, Vos tornastes a vítima expiatória. Quereis ensinar-nos como só em Vós devemos depositar confiança, até quando o céu nos parece de bronze.


Na Sua Agonia, Jesus clama ao Pai:


“Se é possível, afasta de Mim este cálice”.


É o grito da natureza que, prostrada, recorre cheia de confiança ao Céu. Embora saiba que não será atendido, porque não deseja sê-lo, contudo ora.


Meu Jesus, por que pedis o que não podeis obter? Que mistério vertiginoso! A mágoa que Vos dilacera Vos faz mendigar a ajuda e conforto, mas o Vosso amor por nós e o desejo de nos levar a Deus Vos faz dizer:


“Não se faça a Minha vontade, mas a Tua”.


O Seu coração desolado tem sede de ser confortado, tem sede de consolação. Docemente, Ele levanta-se, dá alguns passos vacilantes; aproxima-se dos discípulos; eles, pelo menos, os amigos de confiança, hão de compreender e partilhar da Sua mágoa.


Encontra-os mergulhados no sono. De súbito sente-Se só, abandonado!


“Simão dormes?” pergunta docemente a Pedro.


Tu, que há pouco Me dizias que querias seguir-Me até à morte!


Vira-Se para os outros “Não podeis velar uma hora Comigo?”.


Uma vez mais, esquece os sofrimentos, não pensa senão nos discípulos:


“Velai e orai para não cairdes em tentação!”.


Parece dizer: “Se Me esquecestes tão depressa, a Mim, que luto e sofro, pelo menos no vosso próprio interesse, velai e orai!”. Mas eles, tontos de sono, mal O ouvem.


Ó meu Jesus, quantas almas generosas, tocadas pelos Vossos lamentos, Vos fazem companhia no Jardim das Oliveiras, compartilhando da Vossa amargura e da Vossa angústia mortal.


Quantos corações têm respondido generosamente ao Vosso apelo através dos séculos! Possam eles Vos consolar e, comparticipando do Vosso sofrimento, possam eles cooperar na obra da salvação!


Possa eu próprio ser desse número e Vos consolar um pouco, ó meu Jesus!


Minuto para meditação…(pausa)



MEDITAÇÃO DA AGONIA


PARTE II


(Segunda Metade da Hora)


Jesus volta ao local da oração e se apresenta diante dos olhos um outro quadro bem mais terrível. Desfilam diante d’Ele todos os nossos pecados, nos seus mais ínfimos pormenores. Vê a extrema vulgaridade dos que os cometem. Sabe a que ponto ultrajam a divina Majestade. Vê todas as infâmias, todas as obscenidades, todas as blasfêmias que mancham os corações e os lábios, criados para cantar a glória de Deus. Vê os sacrilégios que desonram padres e fiéis. Vê o abuso monstruoso dos sacramentos, instituídos por Ele para nossa salvação, e que facilmente podem ser causa de nos perdermos.


Tem de cobrir-Se com toda a lama fétida da corrupção humana. Tem de expiar cada pecado à parte, e restituir ao Pai toda a glória roubada. Para salvar o pecador, tem de descer a esta imundice. Mas, isto não O detém. Essa lama rodeia-O, submerge-O, oprime-O.


Ei-Lo em frente do Pai, Deus da Justiça, Ele, Santo dos Santos, vergado ao peso dos nossos pecados, tornando-Se igual aos pecadores. Quem poderá sondar o Seu horror e a Sua extrema repugnância? Quem compreenderá a extensão da horrível náusea, do soluço de desgosto? Tendo tomado todo o peso sobre Ele sem exceção, sente-Se esmagado por monstruoso fardo, e geme sob o peso da Justiça divina, em face do Pai que permitiu ao Seu Filho Se oferecesse como vítima pelos pecados do mundo, e se transformasse numa espécie de maldito.


A Sua pureza estremece diante desta massa infame mas ao mesmo tempo vê a Justiça ultrajada, o pecador condenado… No Seu Coração defrontam-se duas forças, dois amores. Vence a Justiça ultrajada. Mas, que espetáculo infinitamente lamentável! Este homem, carregado com todos os nossos crimes. Ele, essencialmente Santidade, confundido, embora exteriormente, com os criminosos… Treme como uma folha.


Para poder afrontar esta terrível agonia abisma-Se na oração. Prostrado diante da Majestade do Pai, diz:


“Pai, afasta de mim este cálice”.


É como se dissesse: “Pai, quero a Tua glória! Quero o cumprimento da Tua justiça. Quero a reconciliação do gênero humano. Mas não por este preço! Que Eu, santidade essencial, seja assim salpicado pelo pecado, ah! não… isso não! Ó Pai, a Quem tudo é possível, afasta de Mim este cálice e encontra outro meio de salvação nos tesouros insondáveis da Tua sabedoria. Porém, se não quiseres, que a Tua vontade, e não a Minha, se faça!”


Desta vez ainda, fica sem efeito a prece do Salvador. Sente a angústia mortal, ergue-Se a custo em busca de consolação. Sente como as forças O abandonam. Arrasta-Se penosamente até junto dos discípulos. Uma vez mais, encontra-os a dormir. A Sua tristeza torna-se mais profunda. E contenta-Se simplesmente em os acordar. Sentiram-se confusos? Sobre isto nada sabemos. Só vemos Jesus indizivelmente triste. Guarda para Ele toda a amargura deste abandono.


Mas Jesus, como é grande a dor que leio no Teu Coração, transbordante de tristeza. Vos vejo afastando-Vos dos Vossos discípulos, ferido, todo magoado! Pudesse eu dar-Vos algum reconforto, consolar-Vos um pouco… mas, incapaz de mais nada, choro aos Vossos pés. Unem-se às Vossas as lágrimas do meu amor e da minha compunção. E elevam-se até ao trono do Pai, suplicando que tenha piedade de nós, que tenha piedade de tantas almas, mergulhadas no sono do pecado e da morte.


Minuto para meditação…


Jesus volta ao lugar onde rezara, extenuado e em extrema aflição. Cai, sim, mas não se prostra. Cai sobre a terra. Sente-Se despedaçado por angústia mortal e a Sua prece torna-se mais intensa.


O Pai desvia o olhar, como se Ele fosse o mais abjeto dos homens.


Parece-me ouvir os lamentos do Salvador:


“Se, ao menos as criaturas por causa de quem Eu tanto sofro quisessem aproveitar-se das graças obtidas através de tantas dores! Se, ao menos reconhecessem pelo seu justo valor, o preço pago por Mim para resgatar e dar-lhes a vida de filhos de Deus! Ah! este amor despedaça-Me o Coração, bem mais cruelmente do que os carrascos que irão, em breve, despedaçar-Me a carne…”


Vê o homem que não sabe, porque não quer saber; e blasfema do Sangue Divino e, o que é bem mais irreparável, serve-se desse Sangue para sua condenação.


Quão poucos o hão de aproveitar, quantos outros correrão ao encontro do próprio extermínio!


Na grande amargura do Seu Coração, continua a repetir:


“Quão poucos aproveitaram o meu Sangue!”


O pensamento, porém, deste pequeno número basta para afrontar a Paixão e morte.


Nada existe, não há ninguém que possa dar-Lhe sombra de consolação. O Céu fechou-se para Ele. O homem, embora esmagado ao peso dos pecados, é ingrato e ignora o seu Amor.


Sente-se submerso num mar de dor e grita no estertor da agonia:


“A Minha Alma está triste até a morte”.


Sangue Divino, que jorras, irresistivelmente do Coração de Jesus, corres por todos os Seus poros para lavar a pobre Terra ingrata. Permite-me que eu Te recolha, Sangue tão precioso, sobretudo estas primeiras gotas. Quero guardar-Te no cálice do meu coração.


És prova irrefutável deste Amor, única causa de teres sido vertido. Quero purificar-me através de Ti, Sangue preciosíssimo! Quero com Ele purificar todas as almas, manchadas pelo pecado. Quero oferecer-Te ao Pai.


É o sangue do Seu Filho Bem-Amado que caiu sobre a Terra para a purificar. É o Sangue do Seu Filho que ascende ao Seu Trono para reconciliar a Justiça ultrajada. A alegria é na verdade muito mais veemente do que a dor.


Minuto para meditação…


Jesus chegou então ao fim do caminho doloroso?


Não. Ele não quer limitar a torrente do Seu amor! É preciso que o homem saiba quanto ama o Homem Deus. É preciso que o homem saiba até que abismos de abjeção pode levar amor tão completo. Embora a Justiça do Pai esteja satisfeita com o suor do Sangue Preciosíssimo, o homem carece de provas palpáveis deste amor.


Jesus seguirá pois até ao fim: até à morte ignominiosa sobre a cruz. O contemplativo conseguirá talvez intuir um reflexo desse amor que o reduz aos tormentos da Santa Agonia no Jardim das Oliveiras. Aquele, porém, que vive, entorpecido pelos negócios materiais, procurando muito mais o mundo do que o Céu, deve vê-Lo também pelo aspecto externo, pregado à cruz, para que, ao menos, o comova a visão do Seu Sangue e a Sua cruel agonia.


Não. O Seu Coração, transbordante de amor, não está ainda contente! Domina-O a aflição, e ora de novo:


“Pai, se este cálice não pode ser afastado, sem que Eu o beba, faça-se a Tua Vontade”.


A partir deste instante, Jesus responde do fundo do Seu Coração abrasado de amor, ao grito da humanidade que reclama a Sua morte como preço da Redenção. À sentença de morte que Seu Pai pronuncia no Céu, responde a Terra reclamando a Sua morte. Jesus inclina a sua adorável cabeça:


“Pai, se este cálice não pode ser afastado, sem que eu o beba, faça-se a Tua Vontade”.


E eis que o Pai Lhe envia um Anjo de consolação. Que alívio pode um Anjo oferecer ao Deus da força, ao Deus invencível, ao Deus Todo-Poderoso? Mas este Deus quis tornar-Se indefeso e fraco. Tomou sobre os ombros toda a nossa fraqueza. É o Homem das Dores, em luta com a agonia.


Ora ao Pai por Si e por nós. O Pai recusa atendê-Lo, pois deve morrer por nós. Penso que o Anjo se prostra profundamente diante da Beleza eterna, manchada de pó e Sangue, e com indizível respeito suplica a Jesus que beba o cálice, pela glória do Pai e pelo resgate dos pecadores.


Rezou assim, para nos ensinar a recorrer ao Céu, unicamente quando as nossas almas estão desoladas como a Sua.


Ele, a nossa força, virá ajudar-nos, pois que consentiu em tomar sobre os ombros todas as nossas angústias.


Sim, meu Jesus, é preciso que bebais o cálice até ao fundo! Estais votado à morte mais cruel.


Jesus, que nada possa separar-me de Vós, nem a vida nem a morte! Se, ao longo da vida, só desejo unir-me ao Vosso sofrimento, com infinito amor, ser-me-á dado morrer Convosco no Calvário e Convosco subir à Glória. Se Vos sigo nos tormentos e nas perseguições tornar-me-eis digno de Vos amar um dia, no Céu, face a face, Convosco, cantando eternamente o Vosso louvor em ação de graças pela cruel Paixão.


Minuto para meditação…(pausa)


Vede! Forte, invencível, Jesus ergue-Se do pó! Não desejou Ele o banquete de sangue com o mais forte desejo? Sacode a perturbação que O invadira, enxuga o suor sangrento da face, e, em passo firme dirige-Se para a entrada do Jardim.


Onde ides, Jesus? Ainda há instantes, não estavas empolgado pela angústia e pela dor? Não Vos vi eu, trêmulo, e como que esmagado sob o peso cruel das provações que vão tombar sobre Vós? Aonde ides nesse passo intrépido e ousado? A quem vais entregar-Vos?


“— Escuta, Meu filho. As armas da oração ajudaram-Me a vencer; o espírito dominou a fraqueza da carne. A força foi-Me transmitida, enquanto orava, e agora eis-Me pronto a tudo desafiar. Segue o Meu exemplo e arranja-te com o Céu, como Eu fiz. “


Jesus aproxima-Se dos apóstolos. Continuam a dormir! A emoção, a hora tardia, o pressentimento de alguma coisa horrível e irreparável, a fadiga — e ei-los mergulhados em sono de chumbo.


Jesus tem piedade de tanta fraqueza.


“O espírito está pronto, mas a carne é fraca”.


Jesus exclama:


“Dormi agora e repousai”.


Detém-se por instante. Ouvem que Jesus se vai aproximando, e entreabrem os olhos…


Jesus continua a falar:


“Basta. É chegada a hora; eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos; eis que se aproxima o que Me há de entregar”.


Jesus vê todas as coisas com os Seus olhos divinos. Parece dizer:


“Meus amigos e discípulos, vós dormis, enquanto que os Meus inimigos velam e se aproximam para virem prender-Me! Tu, Pedro, que há pouco te julgavas bastante forte para Me seguir até na morte, também tu dormes agora! Desde o princípio tens-Me dado provas da tua fraqueza! Está, porém, tranqüilo. Aceitei sobre Mim a tua fraqueza e rezei por ti. Depois de confessares a tua falta, serei a tua força e apascentará os Meus rebanhos…


E tu, João, também tu dormes? Tu, que acabavas de sentir as pulsações do Meu Coração, não pudeste velar uma hora Comigo!


Levantai-vos, vamos partir, já não há tempo para dormir. O Inimigo está à porta! É a hora do poder das trevas! Partamos. De livre vontade, vou ao encontro da morte. Judas acorre para trair-Me, e Eu vou ao seu encontro. Não impedirei que se cumpram à risca as profecias. Chegou a Minha hora: a hora da Misericórdia Infinita.”


Ressoam os passos; archotes acesos enchem o jardim de sombras e púrpura. Intrépido e calmo, Jesus avança seguido pelos discípulos.


Ó meu Jesus, dai-me a Vossa força quando a minha pobre natureza se revolta diante dos males que a ameaçam, para que possa aceitar com amor as penas e aflições desta vida de exílio. Uno-me com toda a veemência aos Vossos méritos, às Vossas dores, à Vossa expiação, às Vossas lágrimas, para poder trabalhar Convosco na obra da salvação. Possa eu ter a força de fugir ao pecado, causa única da Vossa agonia, do Vosso suor de Sangue, e da Vossa morte.


Afasteis de mim o que Vos desagrada, e imprimi no meu coração com o Fogo do Vosso santo Amor todos os Vossos sofrimentos. Abraçai-me tão intimamente, em abraço tão forte e tão doce, que nunca eu possa deixar-Vos sozinho no meio dos vossos cruéis sofrimentos.


Só desejo um único alívio: repousar sobre o Vosso Coração. Só desejo uma única coisa: partilhar da Vossa Santa Agonia. Possa a minha alma inebriar-se com o Vosso Sangue e alimentar-se com o pão da Vossa dor! Amém.


Minuto para meditação…(pausa)



(Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória)




domingo, 21 de março de 2021

A DEVOÇÃO DAS "TRÊS NOVENAS" A NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPÉIA

 

Quadro divulgado pelo Beato Bartolo Longo, mostrando Nossa Senhora do Rosário, com o Menino JESUS, São Domingos de Gusmão e Santa Catarina de Siena.



 Padre Pio depositava uma fé inabalável nas “Três Novenas” a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, recomendando-as muitas vezes a seus filhos espirituais nas cartas que lhes escrevia. Esta "Novena a Nossa Senhora do Rosário de Pompéia", para ser rezada três vezes em seguida, foi composta pelo Bem-aventurado Bartolo Longo, no ano de 1879, especialmente para implorar graças nos casos considerados mais desesperados. Ele mesmo obteve a graça de sua própria cura e contava como Nossa Senhora havia aparecido à uma pessoa bastante piedosa, a quem havia dito: "Todas as vezes que quiserdes obter graças minhas, rezai três vezes uma novena com a recitação dos quinze Mistérios do Rosário e, novamente três vezes outra novena de agradecimento." A jovem vidente seguiu o conselho e obteve a cura.

A esta Novena, a ser rezada três vezes em seguida, Padre Pio recomendava ainda, ao mesmo tempo, a “Comunhão diária em honra de Nossa Senhora e a reza do Rosário inteiro, todos os dias da Novena”.

O Pai (como era chamado Padre Pio pelos seus filhos e filhas espirituais) recomendava mais especialmente esta prática das três Novenas seguidas, às irmãs Cerase, quando estava precisando de graças bem especiais, mas sempre de ordem espiritual e para o bem evidente das almas... “Para que eu obtenha uma graça de seu Filho, para o bem de uma alma.” (10/10/1914, II /pág. 193)

“Por minha intenção, por uma graça que espero obter da bondade do Senhor, graça que acredito ser para a glória de JESUS. (19/05/1914, II pág. 94)

 

 “Da mesma forma se dirigia a outras filhas espirituais: Suplico-te, forçar docemente, o Divino Coração e Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, a fim de que Eles me devolvam logo à sombra do santo claustro.(24/08/1917), a Maria Gargani - III/ pág. 375)
                             (Cf. "A Escola Espiritual de Padre Pio" Pe. Melchior de Poblatura, pág. 111 - Edição de San Giovanni Rotondo.)




sábado, 20 de março de 2021

NOVENA IRRESISTÍVEL AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

1. Ó meu Jesus, que dissestes: “Em verdade vos digo: pedi e recebereis, buscai e achareis, batei abrir-se-vos-á”. Eis que eu procuro e peço a graça de...

Pai- nosso, Ave Maria, Glória.

Sagrado Coração de Jesus, espero e confio em Vós.


2. Ó meu Jesus, dissestes: “Em verdade vos digo, qualquer coisa que peçais ao meu Pai, Ele vos concederá”. Eis que eu peço a graça de...

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Sagrado Coração de Jesus, espero e confio em Vós.


3. Ó meu Jesus, que dissestes: “Em verdade vos digo, passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais!”. Eis que, apoiado na infalibilidade das vossas santas palavras, eu peço a graça de...

Pai-nosso, Ave-Maria, Glória.

Sagrado Coração de Jesus, espero e confio em Vós.


Oremos: Ó Sagrado Coração de Jesus, cuja única coisa impossível é não ter compaixão dos infelizes, tende piedade de nós, míseros pecadores, concedei-nos as graças que vos pedimos, por intermédio do Coração Imaculado da vossa e nossa eterna Mãe! São José, amigo do Sagrado Coração de Jesus, rogai por nós!


Salve Rainha...




quinta-feira, 11 de março de 2021

GRANDEZA DA DÁDIVA QUE JESUS CRISTO NOS FEZ NA SANTÍSSIMA EUCARISTIA

                                           

In omnibus divites facti estis in illo — “Em todas as coisas fostes enriquecidos n’Ele” (I Cor. 1, 5).


Sumário. É tão grande a dádiva que Jesus Cristo nos fez na santíssima Eucaristia, que, apesar de ser poderosíssimo, sapientíssimo e riquíssimo, não pode, nem sabe, nem tem para dar-nos outra mais excelente. Como é, pois, possível que os homens, tão sensíveis a qualquer delicadeza, fiquem insensíveis a tão grande dom e paguem o seu benfeitor com ingratidão… se nós também fomos no passado tão ingratos, peçamos de todo o coração que Jesus nos perdoe

                                                                    

Santo Agostinho, considerando a grandeza do dom que Jesus Cristo nos oferece na santíssima Eucaristia, ficou tão enlevado, que escreveu esta celebre sentença, que com tal dádiva Jesus esgotou, por assim dizer, os seus atributos infinitos. — Deus, assim diz o santo Doutor, é poderosíssimo, e se quisesse, poderia, a um só sinal seu, criar mil mundos cada qual mais bonito. Contudo, apesar de ser todo poderoso, não nos pode oferecer outro dom mais precioso do que este: Cum esset omnipotens, plus dare non potuit. — Deus é sapientíssimo, e a sua sabedoria, como diz o Real Profeta, não tem limites (1). Mas com toda a sua sabedoria, não sabe achar um dom mais excelente do que a santíssima Eucaristia: Cum esset sapientissimus, plus dare nescivit. — Deus afinal é riquíssimo e os seus tesouros são inesgotáveis. Todavia, com toda a sua riqueza não tem jóia mais preciosa ou mais estimável do que esta para nos presentear: Cum esset ditissimus, plus dare nescivit.— E a razão é óbvia: Na santíssima Eucaristia Jesus Cristo nos dá não somente a sua humanidade, senão também a sua divindade. Para nos oferecer, pois, outro dom mais excelente do que este, mister seria que nos desse um Deus maior do que Ele mesmo; o que é impossível.


Tinha razão Isaias em exclamar: Notas facite adinventiones eius (2) — “Publicai, ó homens, as invenções amorosas de nosso bom Deus”. Se o Redentor nos não tivesse feito espontaneamente este donativo quem é que Lho ousaria pedir? Quem é que se atrevera a dizer-Lhe: Senhor, se quereis fazer-nos conhecer o vosso amor, escondei-Vos sob as espécies de pão e vinho e consenti que Vos tomemos como nosso alimento? Mas o que nunca poderiam imaginar os homens, concebeu-o e cumpriu-o o grande amor de Jesus Cristo. Ó prodígio de amor!


Santa Maria Magdalena de Pazzi costumava dizer que depois da comunhão a alma pode repetir a palavra de Jesus: Consummatum est— “Está consumado”. Visto que o meu Deus se me deu a si mesmo nesta comunhão, ele fez um último esforço de seu amor para comigo, e não tem mais nada para me dar. — Mas como é, pois, possível que os homens, de ordinário tão sensíveis a qualquer cortesia que se lhes faz, ficam tão insensíveis ao dom inapreciável do Santíssimo Sacramento e pagam a Jesus Cristo com a mais negra ingratidão? — Ah! Meu irmão, se no passado tu também foste um daqueles ingratos, pede sinceramente perdão e resolve-te a sacrificar de hoje em diante tudo por Jesus Cristo, assim como ele se sacrificou todo por ti neste inefável mistério.


Ó meu Jesus, o que é que Vos levou a dar-Vos inteiramente para nosso sustento? E depois deste dom, que mais Vos resta para nos obrigar a amar-Vos? Iluminai-nos, Senhor, e fazei-nos conhecer qual foi esse excesso de amor que Vos levou a transformar-Vos em alimento para Vos unirdes a nós, pobres pecadores. Mas se Vos dais inteiramente a nós, justo é que inteiramente nos demos a Vós. — Ó meu Redentor, como é que pude ofender-Vos, a Vós que me haveis amado tanto, e que não pudestes fazer mais para ganhar o meu amor? Por mim Vos fizestes homem, por mim morrestes e Vos fizestes meu alimento. Dizei-me, que Vos restava fazer ainda?


Amo-Vos, Bondade infinita: amo-Vos, Amor infinito; † Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas.  Senhor, entrai freqüentes vezes na minha alma, inflamai-me inteiramente no vosso santo amor e fazei com que tudo esqueça para só pensar em Vós e não amar senão a Vós. — Maria Santíssima, rogai por mim. Com a vossa intercessão, tornai-me digno de receber muitas vezes o vosso Filho sacramentado. (*II 159.)


Ps. 145, 5.

2. Is. 12, 4.


Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I – Santo Afonso

segunda-feira, 8 de março de 2021

Tratado do Desânimo


Paz e bem! Irmãos, o canal do youtube Alma Devota começou uma leitura espiritual maravilhosa, tão necessitada em nossos tempos, onde muitos vivem deprimidos e desanimados até mesmo de perseverar no caminho de Deus. A Leitura se trata do Tratado do Desânimo, escrito pelo Padre Michel da Companhia de Jesus, Ordem dos Jesuítas. Aproveitem essa riqueza! 

sábado, 6 de março de 2021

1° Sábado - Ato de Consagração e Desagravo ao Imaculado Coração de Maria

 Virgem Santíssima e Mãe nossa querida, ao mostrardes o Vosso Coração cercado de espinhos, símbolo das blasfêmias e ingratidões com que os homens ingratos pagam as finezas do Vosso amor, pedistes que Vos consolássemos e desagravássemos.


     Ao ouvir as Vossas amargas queixas, desejamos desagravar o Vosso doloroso e Imaculado Coração que a maldade dos homens fere com os duros espinhos dos seus pecados.


         Dum modo especial Vos queremos desagravar das injúrias sacrilegamente proferidas contra a vossa Conceição Imaculada e Santa Virgindade.  Muitos,  Senhora, negam que sejais Mãe de Deus e nem Vos querem aceitar como terna Mãe dos homens. Outros, não Vos podendo ultrajar diretamente, descarregam nas vossas sagradas imagens a sua cólera satânica.Nem faltam também aqueles que procuram infundir nos corações das crianças inocentes, indiferença, desprezo e até ódio contra Vós.


     Virgem Santíssima, aqui prostrados aos Vossos pés, (todos se ajoelham)  nós Vos mostramos a pena que sentimos por todas estas ofensas e prometemos reparar com os nossos sacrifícios, comunhões e orações tantas ofensas destes Vossos filhos ingratos e para todos suplicamos Misericórdia.


     Reconhecendo que também nós, nem sempre correspondemos às vossas predileções, nem Vos honramos e amamos como Mãe, suplicamos para os nossos pecados misericordioso perdão.


      Para todos quantos são Vossos filhos e particularmente para nós, que nos consagramos inteiramente ao vosso Coração Imaculado, seja-nos ele o refúgio durante a vida e o caminho que nos conduza até Deus. Assim seja.



PEDIDOS DA VIRGEM MARIA
O QUE FAZER NOS PRIMEIROS SÁBADOS:

«Em seguida, disse a SS. Virgem: "Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1.° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas."»

quinta-feira, 4 de março de 2021

HORA SANTA DO MÊS DE MARÇO

                                         


Adoramo-Vos, Coração de Jesus Sacramentado, em união com os nove coros de Vossos anjos, que Vos engrandecem no Paraíso.


Bendizemo-Vos, Coração de Jesus Sacramentado, em união com as legiões de serafins e de santos que Vos adoram em Vosso solitário Tabernáculo.

Glorificamo-Vos, Coração de Jesus Sacramentado, em união de amor e de reparação fervente com Maria Imaculada e Rainha do céu nas alturas, e a Soberana do céu terreno de Vossos Sacrários... Oh, sim, em união com Ela, sobretudo, viemos cantar, Jesus, Vossas misericórdias infinitas e a chorar Vossas agonias místicas, os pecados de ingratidão do mundo e Vossas solidões na Hóstia! Em união com Ela, queremos nesta Hora Santa percorrer a Via Dolorosa, para convertê-la, com as glórias da Imaculada e com nossos consolos, no caminho de Vossas vitórias, e para fazer de Vosso Calvário o Tabor de triunfo de Vosso adorável Coração.

Jesus amado, depois de vinte séculos, não Vos conhecemos ainda o bastante em Vossa Santa Eucaristia; perdoai e aceitai em desagravo a visão amorosa de Maria Santíssima, as adorações de Seu Coração de Mãe... Jesus benditíssimo, não obstante Vossas liberalidades e as maravilhosas invenções de Vossa ternura, não Vos amamos ainda com a generosidade sem limites com que devêssemos corresponder-Vos... Perdoai e aceitai, em compensação de nossa frialdade, os fogos divinos que abrasaram as entranhas e a alma de Maria Santíssima no dia da anunciação venturosa. Jesus – Hóstia, amor de nossos amores, vida de nossa vida, apartai vossos olhos formosíssimos de nossos culpados desvios, de tantas indiferenças, de tantos desmaios em nossos propósitos de virtude, em nossas promessas de santidade... E perdoai em obséquio à Mãe, cujo Coração Imaculado Vos oferecemos em reparação de caridade e em homenagem da mais fervorosa adoração. Jesus Divino, em honra, pois, da Imaculada, em agradecimento aos cuidados da Virgem, em obséquio à encantadora Nazarena, rogamo-Vos, Senhor, que esqueçais os incontáveis esquecimentos de Vossa lei em que incorreram estes filhos Vossos, que vêm chorar suas faltas e as de tantos irmãos culpados no cálice de ouro do Coração de Maria Santíssima. Recolhe nele nosso pranto de arrependimento e prometei-nos reinar, Jesus, com mais intensidade de fé, de amor, de humildade e de pureza em nossas almas, em nossas famílias, na sociedade inteira, pelo amor e os martírios da Virgem Mãe...

(Pausa)

(Dizei a Jesus em silêncio eloquente que O amais muito, mas que desejais amá-lO mais, imensamente mais ainda, em resposta a seu Coração, que solicita os nossos. Mas já que nossa pobreza é tão grande, oferecei-Lhe o dom incomparável, quase divino, do Coração de Maria... Ah! E pedi a Ela que ao oferecer-se por nós nesta Hora Santa, consiga-nos a graça infinita de amar com santa paixão e de fazer amar com zelo infatigável ao Coração de seu Filho Salvador).

VOZ DE MARIA

Ninguém mais do que Ela tem certamente o direito de falar das
intimidades do Coração de Jesus e de Suas próprias angústias redentoras. Escutemo-La com filial carinho: “Eu Sou, desde o dia da anunciação do anjo, a mãe do Amor Formoso, e quero que as almas se abrasem nas chamas de Minha caridade... Nesta hora mil vezes sublime e venturosa, desde o dia 25 de março (Festa da Encarnação do Verbo), em que Jesus e eu formamos uma só corrente de vida, pensei em vós, que Me chamais vossa Mãe... e dizeis verdade, porque o Sou...”

(Lento e cortado)

Como tal gemi, solucei filhos Meus, queimando com Minhas lágrimas ardentes a face de Jesus Infante, em Belém inesquecível... Ao acalentá-lO então, ao contemplá-lO Deus e Filho Meu entre Meus braços, ao beijá-lO em Mua fronte divina, eu Lhe oferecia, prevendo com inteira certeza o deicídio de séculos e mais séculos, que destroçaria, com dardo de pecado, o Coração de vosso Salvador. Eu, tua Mãe, levantava-O em alto ao Pai, rogando-Lhe, com martírios da alma, que aceitasse-O pela redenção dos filhos ingratos...

(Cortado)

Beijei Suas mãos, que Me acariciavam, e marquei Suas chagas com Meus beijos. Pus Meus lábios em Seus pés, consertando de antemão com Meus ósculos as feridas dos ferros inclementes... Ungi Sua fronte com Minhas lágrimas e, sobretudo, pus Minha cabeça, torturada com pensamentos de agonia, e depois Minha boca, abrasada de sede a mais amor, em Seu lado ardente, celestial... E nesse Getsêmani de deliciosas amarguras, aí Jesus e eu, Sua Mãe, resolvemos, amando e padecendo, a ressurreição de tantos pródigos do lar, de tantos renegados da Cruz e do altar...

(Pausa)

Oh, noite de paz e de tortura salvadora a que envolveu em suas trevas o berço de Jesus! Extática e de joelhos, Maria Santíssima velava o repouso do Menino, do Eterno, e meditava em outra Belém, com outro berço de repouso aparente e de perpétuo sacrifício: o Sacrário, contemplado à distância... Através dos séculos, via a Virgem amante e dolorosa esse portal permanente, indestrutível, onde Jesus Infante nasceria milhões e milhões de vezes entre as sombras de um altar humilde, para ser aprisionado em seguida no cárcere inerte, mas dulcíssima, de incontáveis Tabernáculos... Em cada um deles o Deus-Prisioneiro, Jesus, infinitamente pequeno, segue cochilando, enquanto Seu Coração Divino vela sobre nós e enquanto, sobre seu Berço-Sacrário vela a Rainha de Seus amores, a Virgem Maria.

(Pausa)



AS ALMAS

Oh, sim, Jesus – Eucaristia, ao lado do dourado cibório que Vos aprisiona está vossa Mãe; Ela Vos nos presenteia nesta Hóstia Sacrossanta! Louvai-A, Senhor, em Vosso nome, já que Vós também Lhe deveis o ter realizado Vosso anseio de encontrar Vossas delícias entre os filhos dos homens... Cantai-Lhe com os anjos de Vosso Santuário, engrandecei-A com os anjos de Vosso Paraíso, glorificai-A, com os filhos, com os desterrados que A chamam sua Mãe, gemendo neste vale de lágrimas. Ah! Em obséquio a Ela, a quem não podeis negar nada, dai-nos, Senhor, o reinado de vosso Coração em Vossa Santa Eucaristia. Não queirais permitir que fiquem defraudadas Vossas esperanças e as de Vossa Mãe, sempre onipotente na causa de Vossa glória.

(Cortado e veemente)

Reinai, Jesus Sacramentado, entre os afligidos, como um consolo, naquele Pão consagrado de cada dia, que nos dá a Rainha das Dores.

Reinai, Jesus Sacramentado, entre os meninos, como uma proteção de inocência perfeita e de sinceridade, mediante aquele Pão consagrado de cada dia que nos dá a Rainha das Virgens.

Reinai, Jesus Sacramentado, entre os pobres e desamparados, como um alento em tantas penalidades, mediante aquele Pão consagrado de cada dia que nos dá a humilde Rainha dos pastores de Belém.

Reinai, Jesus Sacramentado, entre os sacerdotes, como um fogo em amor de santidade e zelo, mediante aquele Pão consagrado de cada dia que nos dá a Rainha dos Apóstolos.

Reinai, Jesus Sacramentado, nos lares, como virtude de fé vivíssima nas almas dos pais e os filhos, mediante aquele Pão consagrado de cada dia que nos dá a Rainha do Éden de Nazaré.

Reinai, Jesus Sacramentado, no Episcopado, em Vosso Vigário, em Vossa Igreja, com um Pentecostes de caridade abrasadora, mediante aquele Pão consagrado de cada dia, que nos dá a Rainha onipotente do Cenáculo.

Jesus amabilíssimo e adorável do Belém dos Sacrários, pagai os desvelos, os ósculos de ternura, os abraços, as lágrimas de Vossa Mãe, Seus delíquios de amor junto a Vosso berço pajeia, coroando a Maria Imaculada, com as glórias e os triunfos de Vosso Coração Sacrossanto.

(Pausa)

QUEIXAS DE MARIA

Sua voz dolorida é a de uma Mãe cruelmente ferida, que pede compaixão aos filhos fiéis, pela decepção dos outros..., dos pródigos, que no mesmo lar, oprimem com amarguras seu Coração Santíssimo. A história de Jesus de Nazaré não é história antiga; é, hoje em dia, uma triste história de dores que cercam ao Filho e a Sua Mãe cercados de agudíssimos espinhos... Que nos fale a Virgem Dolorosa:

“Uma terra estranha, uma terra de gentis, de inimigos, brindou um asilo a meu Filho-Deus lá no Egito. O deserto mitigou seus ardores e seus oásis tiveram mananciais e refrigérios que nos negaram os ingratos, os preferidos nazarenos... Ai, como feriu o Coração de Vosso Deus esse desdém de soberba, essa inveja inflamada dos de Sua própria casa! Aí onde deveriam aclamá-lO batendo palmas, tramaram com ira contra Ele, e procuraram pedras para ultimá-lO, e um horrendo abismo para precipitá-lO com Sua glória... Choramos juntos, Jesus e Maria, os desvios dos nossos, o desprezo altivo e injurioso daquela Nazaré de tantos e de tão suavíssimas recordações... A solidão nos fez silenciosa companhia. E o ódio nos teceu, nesse terreno de ternuras, nossa primeira coroa de espinhos... Aí onde eu, Sua Mãe, contemplei-Lhe, Menino e adolescente, aí onde cantei Sua formosura divina, a coro com os anjos, vi-O amaldiçoado, e tive de chorar o desconhecimento com que Nazaré recusou ao manso Redentor...

Ai! Sua pena e a Minha se afundavam, pensando nas idades por vir, prevendo que tantos filhos azarados, que tantos cristãos soberbos e renegados, desconheceriam a sua voz, no seio mesmo de Israel e da Igreja, a lei de graça e a verdade do Senhor Jesus. Oh, sim! Viu-os fugindo do cercado do Pastor, longe e esquecidos do lar do Pai celestial... Vós, filhos meus, porque sois os irmãos menores de Jesus, meu Primogênito, e que viestes em procura de Seu Coração Divino, consolai-O em seu desamparo... Tomai Meu amor, Minhas finezas e Meus sacrifícios e ponde-vos na ara do altar, como um holocausto de reparação cumprida. Vossa Rainha vos pede para Ele uma íntima prece... Eu, a Imaculada, a Virgem-Mãe, quero repetí-la convosco...”.

(Digamo-la em união com Maria)

(Lento e cortado)

AS ALMAS

Jesus de Nazaré, retornai e ficai encadeado, como Rei, entre nós! Não cedais, mil vezes não, ao clamor de um mundo mau, que Vos arroja e Vos fere com desprezo de altivez satânica... Retornai e ficai encadeado, como Rei, entre nós... São muitos, Senhor, os que amaldiçoam Vosso nome e negam Vosso Evangelho; mas, vede, estamos tão resolvidos, somos tão Vossos os que Vos suplicamos, que não Vos vades jamais, jamais, de nosso lado; retornai, pois, e ficai encadeado, como Rei, entre nós... Que faria o mundo sem Vós, que sois sua paz; sem Vós, que sois seu céu? Que faria, senão gemer entre correntes por ter Vos desterrado, sendo Vós sua liberdade?... Os desgraçados que assim puderam Vos ofender, não souberam o que fizeram, perdoai-lhes... Salvador benigno, retornai e ficai encadeado, como Rei, entre nós... Ah! Os mesmos que, como os nazarenos ingratos, Vos arrojaram de Vosso solo e de Vossa casa, estranharão um dia o calor de Vosso Coração, que salva e que perdoa; recordarão que Vós, que só Vós, dissestes a verdade, ensinado a justiça e esbanjado a misericórdia... E então, muitos desses mesmos Vos chamarão e Vos rogarão com lágrimas que volteis...

Retornai Jesus, retornai então perdoando, e ficai para sempre encadeado, como Rei, entre nós. Sim, para sempre; não Vos vades, não nos deixeis jamais... Mestre; por isso viemos em nome de todos os ingratos da terra, e para eles e nós Vos pedimos:

(Todos em voz alta)

Vosso Coração Divino, Senhor Jesus.

Viemos procurar-Vos em nome de muitos enfermos da alma, de muitos que vacilam entre dois abismos: o do pecado e o do inferno, e para eles e nós, Vos pedimos:

Vosso Coração Divino, Senhor Jesus.

Chegamos a Vossos pés em nome dos agonizantes, que na vida Vos falaram mal, que em sua juventude Vos feriram e esqueceram... Pobrezinhos, precisam clemência infinita; e por isto, para eles e nós, Vos pedimos:

Vosso Coração Divino, Senhor Jesus.

Aproximamo-nos ao Vosso Sacrário em nome de tantos pais que esqueceram seus deveres para convosco, em nome de tantas mães que padecem de amarga incerteza pelo porvir eterno do esposo e dos filhos; para eles e nós, Vos pedimos:

Vosso Coração Divino, Senhor Jesus.

Viemos, cheios de confiança em Vossa misericórdia, a pedir-Vos, sem vacilações, grandes prodígios e aqueles milagres de ternura, prometidos à Hora Santa e à Comunhão frequente e cotidiana; viemos pedir Vosso reinado na conversão de muitos e de grandes pecadores; para eles e nós, Vos pedimos:

Vosso Coração Divino, Senhor Jesus.

Aqui nos tendes, Senhor, trazidos por vossa Mãe; inspirados por Ela, viemos pedir-Vos pelas almas boas, por vossos Apóstolos, pelo sacerdócio, pelos corações que Vos estão consagrados e que Vos fizeram promessa de viver em santidade...; para eles e nós, Vos pedimos:

Vosso Coração Divino, Senhor Jesus.

E, enfim, oh, Deus Sacramentado! Viemos em demanda do enorme triunfo, universal, decisivo, de Vosso Coração em Vossa Santa Igreja, em Vossa Eucaristia, em Vosso Evangelho, em Vosso Vigário. Para os meninos e dirigentes, para os ricos e os pobres, para os cristãos, os hereges e os gentis, para todos, Jesus, para todos, e em especial para nós, Vossos amigos, pedimo-Vos:

Vosso Coração Divino, Senhor Jesus.

Dai-no-lo hoje, Senhor, em nome e por amor ao Coração de Maria Imaculada...

(Pausa)



ENSINOS DE MARIA

Uma Hora Santa é uma solene meditação de amor que leva a Jesus Cristo... Que caminho pode levar-nos a Ele que não seja o de Maria Santíssima, sua doce Mãe? E nestes dias em que nos rodeiam trevas tão espessas de ignorância e de pecado, ponhamos atencioso o ouvido às insinuações desta amável soberana. Que nos ensine, pois, os perigos do deserto. Ela, que o atravessou levando sobre Seu peito virginal, são e salvo, o Filho de Seu Coração Imaculado... Ouvi-A...

“Filhos de Meu amor e de Minhas angústias, escutai-me: Não há senão um mal grave imponderável, só um, e é perder a Jesus, cujo Coração é a vida, o amor e o Paraíso! Eu, sua Mãe, perdi-O, durante três dias em Jerusalém, e minha alma padeceu agonias inenarráveis. Ai, sabê-lO ausente...; viver longe dEle, não O ver, não O sentir, não O possuir, depois de tê-lO estreitado sobre o coração, depois de tê-lO visto sorrir e chorar, depois de ter-Lhe entregado toda a alma num beijo de carinho, que suplício horrendo!... Mas que poderei dizer-vos se vos conto as dores de Minha alma maternal, destroçada na tarde da Quinta-feira Santa com a suprema despedida?...

Que dor superou a Minha dor, quando, o amanhecer da Sexta-feira Santa, trouxe-Me a visão de Suas ignomínias, de Sua flagelação e de Seus escárnios?... Sangue e espinhos, blasfêmias, ódio e gritos de morte; tal foi o quadro de desolação infinita que Deus Pai quis pôr ante Meus olhos de Mãe, a mais triste e dolorida de todas as mães da terra... Dizei, vós que me amais, dizei-Me nesta Hora Santa, se é possível, se conheceis uma dor semelhante a essa dor... Filhinhos Meus; não queirais saber jamais quão mortal é essa angústia. Jesus é vosso; eu, Maria, vo-lO entreguei; é inteiramente vosso; não queirais jamais, jamais, perdê-lO pela culpa grave. Os que conservastes ainda a pureza batismal, a inocência, oh, não O magoeis com a cruel lançada do primeiro pecado mortal, que rasga o lado do amabilíssimo Jesus. Essa primeira hora de orgulho, de prazer, na contramão de Sua lei; esse primeiro pecado grave, atravessa com dardo de fogo Seu Coração terníssimo! Mas... Se tivésseis já caído, se vos tivésseis manchado, eu vos conjuro a que laveis com lágrimas essa afronta queimante do rosto de Jesus... Recobrai-o, filhos meus; vinde, vinde cedo, abraçai-vos a Seus pés e não O deixeis jamais... Ele vos ama tanto!... Amai-O!... E em especial ouvi-Me vós, mães de um lar, que deve ser o templo santo de Jesus, cuidai que o esposo e que os filhos não percam, por indiferença vossa, a companhia deliciosa de meu Filho-Deus. Que reine sempre neles... Sim, que fique, eternamente com o pai, com a mãe, com os filhos do lar cristão que O adora; que fique nos dias de inverno e de pesar nas horas de primavera e de alegria... Almas queridas, amarrai-vos com paixão divina a Jesus Cristo, deixai que Ele vos encadeie para sempre, sobre o Coração, entre seus braços... Ah, não O percais jamais!...”

(Digamo-lo nós mesmos ao Senhor Sacramentado)

AS ALMAS

Jamais Vos abandonaremos, Jesus, com o auxílio de Vossa graça e de Vossa Mãe, jamais! Mas como nossa fragilidade é tanta, rogamo-Vos, Salvador amado, que não nos deixeis longe de Vossa mão, que Vós também Vos acorrenteis a nós, por vossa grande misericórdia...!

(Lento e cortado)

Coração de Jesus, não nos deixeis nos abismos de tentações que nos assediam, como feras famintas do inferno; não consintais que nós Vos percamos.

Coração de Jesus, não nos deixeis nas grandes debilidades do coração humano, tão propenso às seduções do amor terreno; não consintais que nós Vos percamos.

Coração de Jesus, não nos deixeis no desespero de nossos males, porque Vós bem sabeis que certos sofrimentos adoecem de morte a alma; não consintais que nós Vos percamos.

Coração de Jesus, não nos deixeis nas desolações e solidões em que, com frequência, abandonam-nos as criaturas que não sabem amar como Vós amais, e que são indiferentes às nossas penas ou não podem aliviá-las...; não consintais que nós Vos percamos.

Coração de Jesus, não nos deixeis no abismo de nossas constantes recaídas, naquelas prostrações de nossa débil vontade, tão inconstante, no propósito de amar-Vos com verdadeiro sacrifício; não consintais que nós Vos percamos.

(Breve pausa)

Por amor da Virgem Mãe, Vos conjuramos que permaneçais, Jesus, sempre a nosso lado, não queirais jamais dormir durante a tempestade, na barca tão frágil de nosso paupérrimo coração, que hoje em dia Vos ama.

(Todos em voz alta)

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nos momentos de amargura:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nos dias de debilidade moral:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nos momentos de vacilação e incerteza:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nas horas de fastio e de cansaço:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nas ocasiões tão frequentes de esquecimento de nós mesmos:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nos dias de desalento em Vosso serviço:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nas horas de fragilidade e de queda:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nos momentos de dúvida perigosa ou de temível ilusão.

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Nos dias de doença e nos perigos de morte:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Em nossos derradeiros instantes, nas convulsões da suprema agonia:

Coração de Jesus, em Vós confiamos.

Jesus, amor de nossa vida e amor de nossos amores, confiamos nossa existência, nossas tribulações e a esperança final de nosso céu, em vosso benigno, em Vosso doce, em Vosso misericordioso Coração...



DORES INENARRÁVEIS DE MARIA

Suas agonias foram mais amargas e mais fundas do que o oceano; as lágrimas de Sua alma virgem, maternal e mártir, se convertessem em luz, formariam muitos sóis... Que Ela no-lo diga. Falai-nos Vós, Maria Santíssima, Rainha dos mártires!...

“Minhas dores são inenarráveis, porque não são minhas; são as agonias do Coração de meu Jesus que inundam, como um mar embravecido, Meu coração de Mãe... É a dor infinita de um Filho-Deus, o que torturou Minha alma com aflições sem medida... E como não ia ser assim quando vi banhado em sangue, coberto de injúrias, vexado com maldições, pisoteado pelos soberbos, escarnecido pelo lodo dos caminhos a Meu Senhor, ao Filho de Minhas entranhas, a Meu Deus e Meu tudo!... Vi-O através de Minhas lágrimas; vi-O, por iluminação do alto, na via, perpetuamente dolorosa de séculos e mais séculos, sempre ofegante, sempre desolado e triste, sob o madeiro infame de todas as perfídias... O vi à distância, concluída Sua vida terrena e a paixão de Seu Calvário; vi-O arrastado sempre pelas multidões, despojado de sua realeza, coroado de espinhos, burlado em Sua soberania, cuspido naquele rosto que é o encanto de todos os bem-aventurados... Vi-O, filhos Seus, na costa desse Gólgota perpétuo, seguido pelos hipócritas, pelos impuros, pelos sacrílegos, pelos traidores, pelos blasfemos, e todos, com ira na alma, com fel nas palavras, xingavam-nO, a Ele, que abençoava entre soluços e que perdoava agonizando...

Vi-O! oh dor!, procurando com o olhar, desde milhares de Sacrários empoeirados, desde a prisão do Tabernáculo, quase sempre solitário, procurando à distância os olhos do amigo, do irmão, da esposa, do consolador e do apóstolo; e quantas vezes, quantas, não encontrou senão o silêncio, o esquecimento e a solidão e a frieza, que renovou a profunda ferida de Seu peito destroçado!... Ah, e o vi morrer, e morrer inutilmente, esterilmente para tantos infelizes pecadores, para tantos filhos renegados de Seu Templo, de Sua Cruz e de Sua Lei!... Pelo menos, vós, Seus amigos, que trazeis o lenço de pureza e de carinho da amantíssima Verônica, vós, que O conheceis de perto, subi comigo, Sua Mãe, subi até Seu lado aberto, e coloqueis aí, num beijo apaixonado, a alma, excitada em viva caridade. Vinde, choremos juntos tantas desventuras; vinde, e amemos em nome de um mundo que lhe deu a morte com a apostasia de perversa ingratidão...”

(Pausa)

(Não esqueçamos; a história da horrenda noite da Quinta-Feira Santa, do pretório, da Via Dolorosa, é história escrita hoje com caracteres de culpa deicida e é culpa nossa. Pecaram nossos pais, pecaram os carrascos, e nós seguimos recaindo no pecado. Ah! Consertemos e lavemos, se preciso for, com sangue, nossa própria afronta. Digamos a Jesus Sacramentado uma palavra de amoroso desagravo).

AS ALMAS

Senhor, lembrai-Vos que dissestes que viestes dar a vida e a dá-la com superabundância inesgotável; pedimo-Vos, por Maria Imaculada e por vosso Coração piedoso:

(Todos em voz alta)

Que não sejais nosso Juiz, senão nosso doce Salvador.

Senhor, lembrai-Vos que dissestes que viestes em procura das ovelhinhas desgarradas de Israel. Ah! Não as desampares entre os espinhos do caminho extraviado; pedimo-Vos, pois, por Maria Imaculada e por Vosso Coração piedoso:

Que não sejais nosso Juiz, senão nosso doce Salvador.

Senhor, lembrai-Vos que prometestes celebrar no lar de Vossas ternuras a chegada do pródigo arrependido, com cantares e festejos de anjos; pedimo-Vos, pois, por Maria Imaculada e por Vosso Coração piedoso:

Que não sejais nosso Juiz, senão nosso doce Salvador.

Senhor, lembrai-Vos que, convidado à mesa de Vossos inimigos, dos pecadores, aceitastes o convite para conquistá-los, em seguida, com palavras de ternura e de esperança; pedimo-Vos, pois, por Maria Imaculada e por Vosso Coração piedoso:

Que não sejais nosso Juiz, senão nosso doce Salvador.

Senhor, lembrai-Vos que procurastes sempre com marcada preferência aos mais caídos, e que Madalena, a Samaritana, o Bom Ladrão e tantos culpados, saborearam a suavidade infinita de Vosso Evangelho; pedimo-Vos, pois, por Maria Imaculada e por Vosso Coração piedoso:

Que não sejais nosso Juiz, senão nosso doce Salvador.

Senhor, lembrai-Vos, por fim, em vossa vida de Hóstia redentora, que perdestes a vida terrena por perdoar ao homem, e que expirastes convidando ao céu de Vosso Pai a um ditoso azarado que adoçou Vossa agonia e comprou Vosso Paraíso com uma só palavra de arrependimento humilde; pedimo-Vos, pois, por Maria Imaculada e por Vosso Coração piedoso:

Que não sejais nosso Juiz, senão nosso doce Salvador.

Que assim seja Jesus, em especial para aqueles que souberam consolar-Vos na Comunhão Reparadora e na belíssima prece da Hora Santa. Cumpre com eles e os seus Vossas promessas de misericórdia.

(Pausa)

TRIUNFOS DE JESUS E GLÓRIAS DE SUA MÃE

O filho de Maria é Deus em Sua morte e deve ser Deus em Seu triunfo. Os resplendores que cobrem o sepulcro despedaçado envolvem Sua Cruz, Sua Igreja, Seu Tabernáculo e glorificam à Virgem Maria. Mas esse triunfo do Senhor Crucificado, é um triunfo secreto e misterioso, é uma vitória, íntima como a graça e como as almas... Assim é como esse Deus, realmente presente, mas oculto nessa Hóstia, vai dominando todas as tempestades do inferno... Todas morrem ante o humilde Sacrário. E essa grande vitória, irremovível, eterna, é também a vitória e a exaltação da Mulher puríssima de Maria Imaculada, unida a Ele como nas supremas angústias do Coração do Filho, nas inefáveis alegrias de Sua glória e de Seu triunfo. Terminemos, pois, esta Hora Santa com uma prece de louvor e com um hosana de júbilo.

AS ALMAS

Jesus adorável, já é chegado o tempo em que vejamos convertido Vosso altar no Tabor de Vossas glórias, pois com este fim revelastes a Margarida Maria as magnificências de Vosso vitorioso Coração... Vosso Vigário e o sacerdócio, acendidos em novo zelo; Vossa Eucaristia, amada e recebida com a veemência de um amor inusitado; a prática da Hora Santa; a consagração dos lares, convertidos em Vossos templos, tudo, enfim, oh, Deus Sacramentado! Tudo nos está dizendo com dizer eloquentíssimo que o lábaro de Vosso Coração avança, recuperando o mundo que derramou Vosso sangue... Afiançai, pois, Senhor, Vosso reinado, e avançai mais e mais, oh, Rei dos amores! Rogamo-Vos em nome de Maria Imaculada, em cujos braços Vos encontramos sempre exequível e sempre a nosso alcance. Coração de Jesus, Vós sabeis tudo; Vós sabeis que Vos amamos; perdoai, pois, e derramai pelo mundo inteiro as graças prodigiosas com que alentais e confirmais esta sublime devoção; pelo Coração Imaculado de Maria:

(Todos)

Venha a nós o Vosso Reino!

Coração de Jesus, Vós sabeis tudo; Vós sabeis que Vos amamos; perdoai, pois, e dilatai até os últimos confins da Terra o fecundo alento de regeneração cristã que ofereceis às almas neste amor incomparável; pelo Coração Imaculado de Maria:

Venha a nós o Vosso Reino!

Coração de Jesus, Vós sabeis tudo; Vós sabeis que Vos amamos; perdoai, pois, e afiançai a realeza de vossa suavíssima ternura no lar, em todas as famílias que Vos estão dizendo que sois sua paz e seu céu antecipado; pelo Coração Imaculado de Maria:

Venha a nós o Vosso Reino!

Coração de Jesus, Vós sabeis tudo; Vós sabeis que Vos amamos; perdoai, pois, e alentai aos apóstolos que almejam coroar-Vos com diadema de almas, de muitas almas pecadoras, conquistadas com vossa caridade infinita, inesgotável; pelo Coração Imaculado de Maria:

Venha a nós o Vosso Reino!

Coração de Jesus; Vós sabeis tudo; Vós sabeis que Vos amamos; perdoai, pois, e cumpri com Vossa Igreja as solenes promessas de vitória feitas à Margarida Maria, como bênção e recompensa deste querido e fecundo apostolado; pelo Coração Imaculado de Maria:

Venha a nós o Vosso Reino!

Coração de Jesus; Vós sabeis tudo; Vós sabeis que Vos amamos; perdoai, pois, e, em obséquio à Virgem Mãe, dai aos trabalhos e às palavras de Vossos apóstolos a virtude irresistível de entronizar-Vos onde quer que tenha uma alma ou um lar que precise de Vossa grande misericórdia; pelo Coração Imaculado de Maria:

Venha a nós o Vosso Reino!

Sim, estabelecei-O, Senhor, na família, no povo, no governo, no ensino, reinai por Vosso Coração Divino! Conjuramo-Vos pelas lágrimas de Vossa Mãe... Vo-los exigimos pela honra da Virgem Imaculada, Rainha no mundo e na Igreja universal, Rainha por Vosso Sagrado Coração!


- Pai Nosso e Ave-Maria pelas intenções particulares dos presentes.
- Pai Nosso e Ave-Maria pelos agonizantes e pecadores.
- Pai Nosso e Ave-Maria pedindo o reinado do Sagrado Coração mediante a Comunhão frequente e diária, a Hora Santa e a Cruzada da Entronização do Rei Divino em lares, sociedades e nações.

(Cinco vezes)

Coração Divino de Jesus, venha a nós o Vosso Reino!



ATO FINAL DE CONSAGRAÇÃO


O divino fogo que viestes atear na terra, acendeu-se, Jesus amado, em nossas almas, e tomados por Ele, já não sabemos pedir nem desejar senão Vossa glória. Vós o dissestes ao revelar as maravilhas de Vosso Coração; Ele é o supremo e o último recurso de redenção humana. Apoiados, pois, em Vossas revelações, fomos a Vosso altar em procura de palavras de vida eterna, e a Vosso Coração adorável, ardentemente desejosos daquelas águas que devem regenerar o mundo, inflamando-o em vossa caridade. Oh! Sede Rei dos ingratos, que Vos olham como um Soberano derrocado em suas almas infelizes; reconquistai-os, Jesus, por Vosso perdão. Sede Rei dos apóstatas que Vos olham como Monarca de escárnios, e que riem, desdenhosos, ao quebrar o cetro de Vossa divina realeza; voltai-lhes a luz perdida e vingai-Vos de suas ofensas, perdoando essas traições. Sede Rei das multidões sublevadas por aqueles sinedristas, Jesus, que Vos aborrecem... Acalmai esse oceano rugidor de almas pervertidas, desorientadas..., imperai por Vosso Evangelho e vontade no coração do povo por Vosso Sagrado Coração. Sede Rei de tantos bons, mas tímidos e apáticos, que temem exagerar no tributo de amor acendido que Vos devem... Derretei o gelo, sacudi a sonolência maligna em que vivem tantos, enquanto o mundo Vos julga e Vos condena. Sede Rei nos lares, oh, sim; transladai a eles Vossos reais, inspirai Vós a vida de trabalho, de amores e de penas das famílias que Vos brindaram o assento de honra entre os pais e os filhos...

Sede Rei, enfim, nos Sacrários; rompei já o silêncio de Vosso cárcere um hino imenso, universal, de famílias, de povos e nações, hino de amor que diga, do um ao outro confim da terra redimida: Aclamado seja o Divino Coração, por quem atingimos a salvação!...A Ele, só a Ele, glória e honra pelos séculos dos séculos! Venha a nós o Vosso Reino! Amém.

(Cinco vezes, em voz alta)

Coração Divino de Jesus venha a nós o Vosso Reino!


Jesus eu Vos amo em todos os Sacrários da terra, vinde ao meu coração, vinde vivei em mim e transformai-me!